terça-feira, 18 de setembro de 2007

As notícias de hoje, 18/09, são:

As notícias de hoje, 18/09, são:

Notícia - Volume de financimanento imobiliário:
- Abecip diz que crédito imobiliário ainda é tímido

Notícia - FGTS:
- Ministro quer ampliar FGTS para habitação popular

Notícias - Banco Central - Novas Regras:
- Nova regra eleva crédito habitacional e no varejo

- Regras do BC abrem espaço para o aumento do crédito imobiliário

Notícias - Concorrência:
- Unibanco emprestará, no crédito imobiliário, R$ 15 bi

- Área de imóveis do Itaú obtém repasse do BID

Notícia - Previ-Rio:
- Servidor municipal: inscrição para casa própria começa nesta segunda



Notícia - Volume de financimanento imobiliário:
Abecip diz que crédito imobiliário ainda é tímido
Em julho deste ano, o volume de operações de financiamento imobiliário superou R$1,58 bilhão, o melhor resultado observado em apenas um mês nos últimos 25 anos. O total de contratações em julho superou em 94,66% o volume contratado no mesmo período de 2006.

Números divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostraram também que, em julho, 17.878 imóveis foram financiados, atingindo 98.757 unidades durante os sete primeiros meses deste ano. Segundo o superintendente técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves, a expectativa do setor para este ano é atingir um total de 160 mil unidades financiadas, número que considerou “positivo”, embora o crédito imobiliário no Brasil ainda seja "muito tímido".

De acordo com Gonçalves, os números positivos do setor são resultado da conjuntura econômica favorável, cujo crescimento ficou demonstrado pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A economia brasileira cresceu 5,4% no segundo trimestre do ano, em comparação com o mesmo período em 2006. Os números também mostraram que o setor de construção civil cresceu 4,3% no primeiro semestre do ano.

“Quando a economia vai bem, o setor da construção vai bem. Um depende do outro. Quando o mercado de construção fica muito dinâmico, ele demanda e incentiva uma série de outros segmentos da economia a aumentarem a produção, o que é muito positivo”, afirmou Gonçalves, em entrevista à Agência Brasil.

Abaixo, trechos da entrevista:

Agência Brasil - Pesquisa do IBGE divulgada nesta semana mostrou o crescimento do PIB nacional em 5,4% no segundo trimestre deste ano. O que representou este número para a Abecip?
José Pereira Gonçalves - O crescimento do PIB é muito importante, principalmente para a atividade de crédito imobiliário, que é uma atividade cujo financiamento é normalmente feito em prazos muito longos. Sempre que se tem um crescimento econômico, isso quer dizer que as pessoas têm mais condições de tomar crédito, o que é positivo. No caso específico do crédito imobiliário, tivemos, a partir de 2004, um crescimento bastante positivo. Em 2004, foram contratados R$ 3 bilhões em operações com recursos de poupança. No ano passado, esse número já subiu para R$ 9,34 bilhões, ou seja, um crescimento três vezes maior. Em 2007, o setor deve contratar operações em torno de R$ 15 bilhões. Então, num período muito curto, está se multiplicando o valor por cinco. O que tem possibilitado esse crescimento é exatamente a conjuntura econômica favorável: o crescimento econômico, o crescimento de renda. Os índices que têm sido anunciados são bastante positivos. O próprio IBGE anunciou que, em 2006, o crescimento do rendimento médio mensal foi de 7,2%. Isso, com certeza, dá condições mais favoráveis para que as pessoas tomem crédito e também para que um grupo maior de pessoas tenha condições de tomar crédito.

ABr – O volume de crédito imobiliário cresceu e teve, em julho deste ano, seu melhor resultado observado em apenas um mês. Desde quando não se via um número parecido ao que foi registrado em julho?
Gonçalves - É difícil comparar esse valor com os números dos anos 80, até porque as moedas mudaram bastante. Mas com certeza é o melhor resultado dos últimos 25 anos. Isso demonstra exatamente o crescimento do setor de construção, que está vindo com bastante fôlego. É claro que vários fatores permitiram isso. Além do crescimento econômico, temos recuperação da renda. Também tivemos, nos últimos anos, adequações das normas que tratam do crédito imobiliário, e com isso foi possível que os agentes financeiros, de uma forma geral, também tivessem condições de flexibilizar as condições para concessão dos créditos, já que o risco das operações tende a diminuir. Hoje já temos prazos de até 30 anos para retorno das operações. Só para ter uma idéia, em 2002 esse prazo não passava de 10 ou 12 anos. Também essa melhora nas condições de crédito possibilitou que os bancos concedessem um valor maior de empréstimos em relação ao imóvel que a pessoa está adquirindo. Com isso, as operações atuais estão exigindo que as pessoas tenham menos poupança – e sabemos que a população brasileira tem uma capacidade de poupar muito reduzida, portanto, quando o sistema como um todo se propõe a financiar até 70 ou 80% do valor do imóvel, maior número de pessoas têm condições de acesso ao crédito.

ABr – Como avaliar o crédito imobiliário em relação aos outros países?
Gonçalves - É claro que o crédito imobiliário no Brasil ainda é muito tímido, quando comparamos com outros países. Se a gente considerar as operações de crédito feitas com recursos da poupança mais as operações de crédito feitas com recursos do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] - as duas principais fontes que alimentam o sistema da habitação - o total desses créditos não chega a 5% do PIB [Produto Interno Bruto]. Quando se compara com outros países como Portugal, Espanha e Inglaterra, essa relação supera 50%. Em nossos vizinhos mais próximos, como o Chile, e em outros países, como o México, o índice está em torno de 15%. Temos um espaço muito grande para crescer. E temos também um déficit habitacional muito expressivo. Então, essa expansão do crédito é muito importante, porque permite que as pessoas tenham acesso à moradia e ao crédito imobiliário, que é o combustível que alimenta a construção civil. E a construção civil tem um efeito multiplicador muito grande sobre a atividade econômica do país. Então, quando a economia vai bem, o setor da construção vai bem, e um depende do outro. Quando o mercado de construção fica muito dinâmico, ele demanda e incentiva uma série de outros segmentos da economia a aumentarem a produção, o que é muito positivo.

ABr – O crescimento da construção civil apontado pelo PIB impulsionou o aumento no crédito imobiliário?
Gonçalves - Com certeza. Essa recuperação do crédito imobiliário é muito positiva. Para ter uma idéia, em 2006, só com recursos da poupança foram contratadas operações no valor de R$ 9,34 bilhões e foram feitos 114 mil financiamentos. Esse número é muito significativo, porque foi o primeiro ano, desde 1988, em que foi rompida a barreira de 100 mil operações. Ficou-se quase 20 anos patinando no que se refere a crédito imobiliário. Para 2007, R$ 15 bilhões de recursos devem ser alocados - até os primeiros sete meses já foram R$ 8,5 bilhões. Acho que vamos fechar o ano financiando 160 mil unidades.

ABr- E qual é a importância da poupança nesse crescimento?
Gonçalves – Ela [a poupança] tem dois aspectos positivos. A poupança é a principal fonte de recursos que viabiliza os agentes financeiros a concederem o crédito. Na verdade, o sistema financeiro não tem recursos próprios, tem muito pouco. O que o sistema financeiro faz é captar recursos daquelas pessoas que têm um superávit em suas rendas, e aí a recuperação dos salários é muito importante, porque gera excedente e as pessoas podem fazer aplicações. Ao se aplicar em contas de poupança, esses recursos têm um direcionamento específico. Ou são utilizados para financiar o setor da construção ou, no caso de recursos captados em poupança pelo Banco do Brasil ou Banco do Nordeste, são utilizados para financiar o setor agrícola. Então, essa poupança tem um sentido social muito importante no que se refere à aplicação dos recursos. Eles não são aplicados em qualquer segmento. São aplicados em segmentos bastante específicos, que são muito importantes para a economia como um todo - tanto o crédito agrícola quanto o imobiliário.

ABr - Qual a situação dos volumes de poupança interna no país?
Gonçalves - Temos observado um crescimento bastante significativo nos depósitos de poupança. Até agosto, somente a poupança, com recursos direcionados para financiamento imobiliário, teve um crescimento de 10%, em relação a dezembro. É bastante significativo, porque, praticamente em todos os meses de 2007, com exceção de janeiro – por causa da sazonalidade que ocorre, porque é quando os saques são elevados por contas que acontecem no final do ano anterior - se observou que as pessoas depositaram mais que sacaram. Ou seja, a captação líquida foi positiva. Com isso, todo o sistema financeiro fica com mais recursos para serem aplicados.

ABr – E a que se deve o fato das pessoas estarem depositando mais do que sacando?
Gonçalves - Temos a questão dos níveis de renda melhorando, como bem divulgou o IBGE na pesquisa do Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios]. Com a melhoria da renda, sempre sobra um pouco mais para depositar na poupança. Por outro lado, em função da queda das taxas interna de juros, o rendimento da caderneta ficou um pouco mais próxima dos rendimentos de outras aplicações.

ABr - No Brasil, o crescimento do consumo está se dando mais pelo crédito do que pela poupança?
Gonçalves - Temos os dois fatores. A poupança, na realidade, é o lado contrário do consumo, ou seja, a pessoa recebe uma renda mensal ou periódica, paga as suas despesas, faz o seu consumo e o que sobra ela guarda, ela poupa. Claro que, quando ela poupa, tem um objetivo específico, e pesquisas demonstram que boa parte das pessoas poupa para juntar uma parte para dar entrada na compra de um imóvel. A poupança tem essa função. Ela serve para dar segurança para a pessoa e também para que ela adquira um bem ou, em muitas situações, para que ela compre à vista bens que têm as taxas de juros elevadas em caso de parcelamento. Nosso tipo de poupança também vem crescendo. A nossa poupança interna tem renda. Não é muito significativa, e isso até tem sido apontado como um dos motivos para que o crescimento econômico não tenha sido expressivo nos anos anteriores. Mas acho que a situação está melhorando bastante.

ABr- A rentabilidade das cadernetas de poupança está baixa. O setor está sugerindo ou negociando junto ao governo alguma mudança no sistema ou algum estímulo para o poupador?
Gonçalves - Não concordo [quando afirma que a rentabilidade está baixa]. A rentabilidade da caderneta nominal é uma rentabilidade baixa porque todas as taxas de economia estão em fase de crescimento e a nossa inflação também. Nominalmente, é claro que o rendimento da poupança está abaixo do que estava em anos anteriores. Mas, em termos reais, ou em termos de comparação com o mercado, o poupador hoje está numa situação muito privilegiada. Em 2007, só de novos recursos que foram depositados e considerando-se os rendimentos que ficaram, o saldo da poupança cresceu. Só nas contas com recursos para financiamentos imobiliários cresceu R$ 18 bilhões. Desses, R$ 11 bilhões foram em novos depósitos. Então, os poupadores estão tendo rendimentos bastante favoráveis em relação ao que o mercado está passando. Mas, admitindo-se a necessidade de aumentar a rentabilidade da caderneta, isso teria um impacto muito negativo. Ao aumentar-se o rendimento da caderneta de alguma forma, alguém tem que pagar por isso. E quem vai pagar vai ser o tomador de crédito. Acho que as taxas de juros que estão sendo cobradas aos tomadores de crédito imobiliários já estão nos níveis bastante ideais. Se ocorrer a necessidade de aumentar o rendimento da caderneta, na situação econômica em que nós estamos, acho que o que se tem que analisar é se existe uma forma de viabilizar recursos com rendimentos menos onerosos para que o crédito imobiliário consiga baixar as taxas para que, cada vez mais, um maior número de pessoas tenham condições de tomar crédito.

ABr- Qual a expectativa do setor para os próximos anos?
Gonçalves - Estamos apostando, para os próximos quatro anos, em números bastante positivos. Acho que o valor de R$ 15 bilhões, em 2007, está em níveis bastante elevados. Se conseguirmos, nos próximos anos, incrementar em 10% ou 20 % esse montante, já vai ser um esforço bem grande. O que a gente tem que fazer - e temos condições para que isso aconteça - é elevar esse percentual de 5% em relação ao PIB para termos de 10% ou 15%. E isso vai beneficiar a população como um todo, principalmente aqueles que não têm ainda moradia própria e precisam disso. Temos que reduzir nosso déficit habitacional, que é de cerca de oito milhões de moradias. E o crédito, sem dúvida, é um dos fatores que possibilitam que esse sonho se realize.

Fonte: Estadão

Notícia - FGTS:
Ministro quer ampliar FGTS para habitação popular
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou na quinta-feira (13) que continuará lutando para juntar os recursos do FGTS com recursos do Orçamento-Geral da União, no intuito de ampliar o subsídio para a compra de imóvel pela população de baixa renda.

Para este ano, o orçamento do FGTS é de R$ 10 bilhões para aplicação em habitação e saneamento, sendo que o Conselho Curador do FGTS aprovou mais 1,8 bilhão para subsidiar a habitação popular e outros R$ 650 milhões para o Programa de Arrendamento Residencial, totalizando R$ 12,4 bilhões.

Novos acordos
Uma nova reunião acontece na semana que vem, para buscar um acordo em torno do assunto, que deverá entrar na pauta de discussão do Conselho na próxima reunião, prevista para 30 de setembro.

O ministro declarou que acredita em um consenso, já que os recursos são fundamentais para a população que ganha até cinco salários mínimos e depende deste tipo de subsídio.

De acordo com a assessoria de Imprensa do Ministério do Trabalho, há mais de 40 anos, o FGTS disponibiliza recursos para o financiamento de habitação popular e de obras de saneamento básico.

No governo Lula, o FGTS investiu um total de 31,2 bilhões em mais de 1,1 milhão de operações de financiamento, gerando 3,2 milhões de empregos e beneficiando 52 milhões de brasileiros.

Fonte: InfoMoney (Tabata Pitol Peres)

Notícias - Banco Central - Novas Regras:
Nova regra eleva crédito habitacional e no varejo
O Banco Central anunciou, ontem, uma série de mudanças na regras de contabilização dos empréstimos feitos pelos bancos que, na prática, deverão abrir espaço para que as instituições financeiras possam, com o mesmo patrimônio, aumentar o volume de financiamentos habitacionais e o crédito no varejo para as pessoas físicas.

Distribuídas em nove circulares, as medidas só terão validade a partir de julho de 2008 e estimulam os bancos a exigir uma maior contrapartida dos mutuários nos empréstimos para a compra da casa própria e a pulverizar o crédito em operações de valor mais baixo.

Isso porque nas operações em que o total financiado ficar abaixo de 50% do valor do imóvel, o banco precisará ter menos patrimônio do que o Banco Central determina atualmente para fazer frente a essa operação.

Atualmente, esses empréstimos têm um peso equivalente à metade do exigido nas demais operações de empréstimo. Com a mudança cairá ainda mais: para 35%. Desde que o financiamento não supere 50% do valor do imóvel.

Para as operações no montante entre 50% e 80% do valor do imóvel, será mantida a regra atual. E, nos casos que superarem esse percentual, a exigência de patrimônio dobrará em relação à regra atual. Com isso, o BC está indo na contramão da tendência do mercado, em que as instituições financeiras têm anunciado percentuais de financiamento cada vez mais elevados em relação ao preço de venda do imóvel.

"Solidez"

Na avaliação do chefe de Departamento de Normas do BC, Amaro Gomes, as novas regras "reforçam a solidez e a solvência das instituições". Para ele, o saldo para o mercado será neutro porque há segmentos em que haverá espaço para mais crédito, mas há ramos em que a oferta pode diminuir.

Ele argumenta que a medida que exige que o banco tenha mais patrimônio para fazer frente às operações "sobre compromissos de créditos não-canceláveis", como cheque especial e o crédito pré-aprovado normalmente liberado sem pedido do cliente, é mais restritiva. Hoje não há qualquer tipo de exigência.

Já com relação ao crédito no varejo, entre eles o crédito consignado, a medida do BC é amplamente favorável e contribui para ampliação da oferta, já que houve uma redução na exigência de patrimônio de cerca de 25%.

Mantido o mesmo capital, os bancos poderão emprestar, a partir de julho do próximo ano, até 33% mais que o registrado atualmente. A decisão vai beneficiar principalmente as operações de varejo, no segmento que tem contratos no valor de até R$ 400 mil direcionados às pessoas físicas e pequenas empresas.

O superintendente de risco corporativo da Caixa Econômica Federal, Paulo Henrique Costa, prevê "um bom aumento nas operações de crédito para compra da casa própria e empréstimos no varejo". O banco é o maior agente imobiliário do país e deverá ser diretamente beneficiado. Para ele, as regras vão na linha de reduzir cobranças sobre os bancos quando as operações são mais seguras porque têm menos risco de inadimplência.

Riscos

"O BC decidiu segmentar as operações de forma a reduzir os riscos do sistema. Nas operações grandes [como crédito imobiliário], operações arriscadas são desincentivadas. No varejo, o incentivo é amplo porque o nível de crédito desse segmento ainda é baixo, e emprestar para muitos pulveriza os riscos globais", diz o professor do centro de excelência bancária da Fundação Getulio Vargas, Eduardo Diniz.

O especialista elogia a iniciativa. Ele avalia que a decisão do BC de anunciar as medidas pode ter sido acelerada pela recente crise imobiliária nos Estados Unidos.

O superintendente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), José Pereira Gonçalves, comemora as medidas e crê que o setor pode ganhar fôlego. Em alguns segmentos, os empréstimos poderão aumentar até 40% com o mesmo capital. "Para os bancos, isso vai ampliar o horizonte de crescimento das carteiras", diz.

Fonte: Folha de São Paulo


Regras do BC abrem espaço para o aumento do crédito imobiliário
O Banco Central (BC) divulgou na sexta-feira novas regras para adequação das instituições financeiras ao acordo internacional de capitais entre os bancos, conhecido como Basiléia II. Uma das principais medidas foi a redução do capital mínimo exigido para cobrir riscos de operações de crédito, como o imobiliário. Na prática, isso significa que os bancos terão mais espaço para emprestar. Até 31 de junho de 2008, o requerimento de capital é de 11% da carteira total de crédito no varejo. Com a nova norma, cai para 11% de 75% do valor da carteira de empréstimos de até R$ 400 mil, e que pode baixar dependendo das garantias. Por exemplo, se uma carteira de crédito tem R$ 100 mil, hoje os bancos têm que manter R$ 11 mil como capital mínimo exigido. A partir de 1º de julho, com o novo fator de ponderação, terão que manter apenas R$ 8.250. Parte do mercado esperava que o índice caísse de 11% para 8% (que é o mínimo estabelecido no acordo internacional), e não uma queda no fator de ponderação.

O cálculo da exposição ao risco das carteiras de crédito imobiliário também sofreu uma alteração. Atualmente, o fator de ponderação é de 50%. Foi criada uma categoria em que a carteira terá ponderação de risco de 35%. São os casos em que os empréstimos para a compra de imóveis residenciais estão garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária, e que o valor do empréstimo não ultrapassa 50% do total do imóvel.

Risco operacional
As mudanças começam a valer a partir de 1º de julho do ano que vem. O BC incluiu ainda três novos fatores no cálculo do capital mínimo exigido: o risco operacional - de o sistema sair do ar por um determinado período, por exemplo - e os investimentos em ações e em commodities. A esses três novos fatores, se somam os já usados ? a carteira de crédito e investimentos atrelados ao câmbio e aos juros.

As novas regras não implicam grandes mudanças para os bancos. Algumas instituições poderão ter que adequar o nível mínimo de capital exigido. Mas o chefe do Departamento de Normas do BC, Amaro Gomes, explicou que os estudos preliminares mostraram que o sistema financeiro como um todo já está dentro dos parâmetros. 'O impacto no sistema financeiro será neutro. Hoje os bancos já têm um nível adequado de capitalização', avaliou Gomes. Osmar Roncolato Pinho, diretor setorial da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e do Bradesco, disse a este jornal que ainda é cedo para avaliar impactos. Mas acredita que, de modo geral, as novas regras atendem a maioria das mudanças que o sistema vinha pleiteando. As nove circulares editadas na sexta-feira foram resultados de dois editais de audiência pública colocados no ar pelo BC no ano passado, para sugestões do mercado, lembra Roncolato Pinho.
'Os parâmetros de Basiléia II foram elaborados antes da crise de crédito imobiliário nos Estados Unidos, mas não tinha porque não reduzir o fator de exposição ao risco, já que no Brasil as garantias são muito maiores', afirmou Gomes.

As mudanças no requerimento de capital das operações de mercado foram apenas um ajuste fino com as normas internacionais, no entendimento do chefe do Departamento de Normas do BC. Isso porque, do total de ativos dos bancos brasileiros, apenas 0,3% estão investidos em ações e outros 0,03% em commodities. Para a carteira de câmbio, a principal mudança é que a partir de julho, os bancos vão precificar a exposição em moeda estrangeira pela cotação de venda e não mais pela de compra.

Fonte: Gazeta Mercantil (Juliana Rocha e Léa De Luca)

Notícias - Concorrência:
Unibanco emprestará, no crédito imobiliário, R$ 15 bi
O Unibanco espera conceder até R$ 15 bilhões em crédito imobiliário em cinco anos, com maior aceleração até 2009, antes que o mercado se estabilize, disse o superintendente da área no banco, Fábio Leme. "Esse crescimento vai ser acelerado nos próximos dois anos e, depois, vai buscando a maturidade", afirmou.

"Dado o tamanho, até há pouco tempo a gente dizia que esse mercado praticamente não existia... agora o ambiente é completamente diferente", completou ele, citando a queda dos juros, a estabilidade da economia e medidas de desoneração do setor como motores para a expansão nos próximos anos.

Neste ano, o Unibanco espera conceder R$ 2 bilhões em financiamento imobiliário, após ter fornecido R$ 1,4 bilhão em créditos desse tipo em 2006. A líder do setor no Brasil, a Caixa Econômica Federal, prevê conceder R$ 6 bilhões até o fim deste ano para moradias a partir de R$ 70 mil, faixa de preço na qual operam os bancos privados.

A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) prevê que o setor receberá cerca de R$ 15 bilhões neste ano.

Para Leme, as perspectivas do crédito são influenciadas pelo ainda grande déficit habitacional brasileiro, de cerca de 8 milhões de unidades - sem contar moradias extremamente precárias, como favelas - e pela evolução das leis que regem as garantias para abertura de linhas de crédito.

Ele espera ainda que o mercado de crédito imobiliário cresça, em média, 50% ao ano até 2010, quando a taxa básica de juros pode já estar com apenas um dígito, em vez dos 11,25 por cento atuais.

As taxas de juros influenciam diretamente os financiamentos de habitação, em especial na duração dos contratos para compra de moradia, hoje variando entre 20 e 25 anos nos compromissos mais alongados oferecidos pelos bancos.

Fonte: Jornal do Commercio (Maurício Savarese)

Área de imóveis do Itaú obtém repasse do BID
Fernando Travaglini - VALOR ECONÔMICO
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) fechou um empréstimo de R$ 200 milhões para o Banco Itaú conceder financiamento imobiliário. O acordo é o primeiro nestes moldes para crédito de imóveis, com previsão de destinação dos recursos para créditos em torno de R$ 100 mil para pessoas físicas.
A operação, com prazo de cinco anos, é também um programa inovador por ser a primeira em moeda local feita pelo BID. A captação offshore de fundos em moeda local e a transferência desses fundos para o Brasil é feita pela Corporação Interamericana de Investimentos (CII), pertencente ao BID. O financiamento é indexado ao real e vence juros a taxas fixas.
O diretor da área internacional do Itaú, Paulo Soares, explica que o acordo é formado por um empréstimo equivalente em dólares a R$ 30 milhões (cerca de US$ 15 milhões), repassado diretamente pelo BID; e outro empréstimo (B-loan), cujo valor máximo será o equivalente a R$ 170 milhões (US$ 85 milhões), repassado por outras instituições.
"Esses recursos são importantes para compor a carteira de crédito do banco", diz Soares. A carteira imobiliária do Itaú fechou o primeiro semestre com saldo de R$ 2,47 bilhões.
O diretor da área de crédito imobiliário do Itaú, Luiz Antonio França diz ainda que o acordo é um piloto para buscar outros financiamentos no exterior. "Temos buscado fontes alternativas de captação para atender aos clientes", lembra o executivo. A poupança, tradicionalmente usada como funding para esses financiamentos, é uma estrutura de curto prazo, ao contrário deste acordo, ressalta o executivo. "Este é um caminho normal em economias mais maduras".
O acordo foi assinado pelo Gerente Geral Adjunto do BID, Steven Reed. Segundo ele, a instituição pretende continuar investindo no Brasil por entender que é um mercado bastante atraente. A transação está em linha com a expectativa de um aumento nos financiamentos hipotecários no Brasil, disse, em nota.
Em recente entrevista ao Valor, Reed afirmou que o banco pretende elevar entre 15% e 20% os empréstimos para o Brasil no próximo ano e estuda até mesmo entrar com participação no capital de instituições financeiras locais. O saldo de empréstimos está em torno de US$ 500 milhões.

Notícia - Previ-Rio:
Servidor municipal: inscrição para casa própria começa nesta segunda
O Instituto de Previdência do Município do Rio de Janeiro (Previ-Rio) abre hoje as inscrições do programa de financiamento de casa própria para servidores municipais da Prefeitura do Rio. Este ano, as regras são mais vantajosas do que nos anteriores: linhas têm juros de até 8% ao ano As inscrições devem ser feitas até 31 de outubro, pelo endereço eletrônico www.rio.rj.gov.br/previrio. Quem tem imóvel pode concorrer.

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